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Terapia hormonal e câncer de mama

Terapia hormonal e câncer de mama

Mulheres a partir dos 40 anos devem ter mais atenção com suas mamas. Nesta faixa etária muitas mudanças começam a surgir. Suas  produções hormonais podem começar a falhar e com a diminuição dos hormônios, uma série de sinais e sintomas surgem e merecem ser cuidados. Imagine associar estas mudanças com o câncer de mama.

Pois é, por muito tempo os hormônios foram considerados vilões e responsáveis pelo aparecimento do câncer de mama. É verdade que podem ser agentes que estimulam alterações celulares, mas também estão relacionados com bem estar, beleza e qualidade de vida. 

O grande desafio seria equilibrar o uso da reposição hormonal para pacientes com diagnóstico, em tratamento ou tratadas para câncer de mama.

Primeiramente é fundamental que paciente e equipe médica sejam devidamente esclarecidos sobre seus riscos e benefícios e juntos chegarão a conclusão da melhor opção para cada caso. Acredita-se que determinadas mulheres se beneficiarão da terapia hormonal pelo tempo que for necessário e com a certeza da melhora de seus sintomas. Em outras palavras, deve usar hormônios toda paciente que monitorizar seu uso e que realmente estiver se beneficiando deles.

Existem ainda outros tipos de medicamentos desde vaso-dilatadores até ansiolíticos que também podem auxiliar e até controlar sintomas. Além disso, exercícios físicos, alimentação saudável e acupuntura merecem ser lembrados e podem apresentar excelentes resultados.

É importante lembrar, também, que a falta de hormônios causa diversos distúrbios na saúde da mulher como, por exemplo, distúrbios cardio circulatórios, podendo ser tão perigosos ou até mais mórbidos que o próprio câncer.

Portanto, os riscos com o uso de hormônios para o aparecimento do câncer de mama devem ser lembrados, e sobretudo, racionalizados através de uma análise propiciando um equilíbrio dos sintomas e do estilo de vida da paciente. Devem ser utilizados, sempre que necessário, com parcimônia e sempre sob supervisão.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como mastologista em Ribeirão Preto!

Posted by Dr. Gustavo Zucca Matthes in Todos
Curiosidades sobre o câncer de mama

Curiosidades sobre o câncer de mama

São muitas as lendas urbanas sobre o câncer de mama. Reuni algumas curiosidades que podem esclarecer suas dúvidas:

1- o câncer de mama não tem prevenção! Daí a importância de um diagnóstico rápido e precoce;

2- o câncer de mama tem cura! Sim!!! Desde que descoberto no momento oportuno e tratado corretamente; 

3- o câncer de mama pode ser controlado. Hoje são inúmeras as opções de tratamento e, desta forma, o câncer de mama, mesmo que descoberto em fases mais avançadas, pode ser controlado como uma doença crônica, tipo diabetes ou pressão alta;

4- o tratamento conservador( preservação da mama) é tão seguro quanto a mastectomia (retirada da mama). Contudo, sempre que for feita a conservação da mama para o tratamento do câncer, faz-se necessária a associação da radioterapia;

5- com tratamento conservador é possível um resultado estético favorável. Principalmente com as técnicas cirúrgicas atuais, chamadas técnicas oncoplásticas;

6- existem quimioterápicos que não fazem cair o cabelo. Seria necessária a discussão individual para que fosse definido o melhor tratamento para cada caso;

7- a radioterapia não dói! A radioterapia é um tratamento através de irradiação que exige a permanência em uma máquina específica durante um período de tempo. Hoje existem diferentes modalidades e é um tratamento muito seguro, quando bem planejado;

8- apesar de retirar toda a mama ao realizar uma mastectomia, estima-se que até 10% de tecido, permaneçam ali. Portanto, a doença pode voltar, mesmo após a mastectomia;

9- O câncer de mama que passa de pais para filhos, hereditário, acontece apenas de 5-10% da população;  

10- As mastectomias bilaterais, como as realizadas pela atriz Angelina Jolie, devem ser indicadas em casos de alterações genéticas hereditárias ou em situações especiais, que devem ser muito discutidas;

11- a paz mental pode ser sim a indicação de uma mastectomia bilateral;

12- após uma mastectomia bilateral, mesmo com preservação do mamilo e aréola, você pode não perder sua sensibilidade e não conseguirá mais amamentar;

13- existem máquinas de resfriamento do couro cabeludo, para evitar a queda de cabelo durante a quimioterapia, mas seus resultados ainda estão sendo estudados;

14- mulheres submetidas a cirurgias axilares pelo câncer de mama, precisam ter cautela com seus braços, mas podem ter vida normal e devem movimentá-los desde o primeiro dia após a cirurgia;

15- toda mulher tem um risco de 12,3% de desenvolver o câncer de mama ao longo da vida;

16- o auto-exame (auto-orientação) ainda tem seu papel, principalmente em países ou regiões precárias. É melhor uma paciente acusar um nódulo com 1cm do que um tamanho maior. De maneira geral um nódulo passa a ser palpável quando atinge 1cm;

17- a mamografia é o melhor exame para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Ultrassom e ressonância, são exames complementares e precisam ser solicitados quando necessário;

18- próteses de silicone não causam câncer de mama e não atrapalham seu diagnóstico;

19- a reconstrução mamária deve ser individualizada e sempre oferecida às pacientes;

20- O tratamento do câncer de mama deve ser individualizado. Exija um tratamento DIGNO sempre! Ele poderá fazer a diferença!

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O papel da atividade física contra o câncer de mama

O papel da atividade física contra o câncer de mama

Todos os dias discutimos no consultório medidas preventivas que poderiam beneficiar as nossas pacientes quanto ao aparecimento ou controle do câncer de mama. Qual seria o real papel do exercício físico? Vamos tentar entender isto melhor.

Primeiramente, precisamos entender que nosso corpo é formado por diversos tecidos biológicos e cada um deles é composto por células e dentro de cada uma há o material genético que carrega as informações e as regras de seu funcionamento, uma espécie de manual de direitos e deveres de cada célula. Todos os dias erros são encontrados no material genético e são imediatamente corrigidos. Quando esta correção falha, aparecem os tumores. Quando os tumores tem um comportamento agressivo, podendo espalhar para outras regiões do corpo, temos um câncer. Ficou claro?

Para definir o caráter agressivo do comportamento tumoral existem algumas moléculas e substâncias que podem ser analisadas em laboratórios. Estas análises podem sinalizar a resposta do tumor, por exemplo, para determinados tratamentos. Então, poderia sinalizar mudanças relacionadas a atividade física?

De maneira geral as atividades físicas parecem ter um aspecto positivo para a saúde. Contudo, isto estaria baseado nos chamados estudos observacionais, em outras palavras, até pouco tempo não havia uma prova real deste benefício em humanos, apenas suposições.

Recentemente um estudo conduzido pelo Instituto americano Dana-Farber mostrou laboratorialmente que sim, a prática de atividades físicas pode influenciar o comportamento de um câncer de mama.

Dividiram-se um grupo de mulheres com câncer de mama. Todas, praticamente inativas fisicamente,  foram submetidas a biópsia (retirada de uma pequena amostra do tumor) e após 29 dias operadas para tratamento cirúrgico do câncer de mama. Foram escolhidas por sorteio e dividas em 2 grupos. No primeiro eram oferecidos 220 minutos de atividade física semanal, sendo 40 minutos de musculação e 180 minutos de atividade aeróbica moderada. No outro grupo foi-lhes oferecido um livro e um áudio guia de relaxamento.

O primeiro grupo teve um acompanhamento sócio/comportamental que aumentou sua atividade física em mais de 200 minutos por semana. No segundo grupo a prática esportiva não passou de 23 minutos semanais.

Após a cirurgia o fragmento do tumor obtido com a biópsia foi comparado com o tumor operado e notou-se que não houve mudança no chamado índice de proliferação do tumor, uma substância ligada ao prognóstico da doença. Em animais esta mudança havia sido notada em outros estudos. Também não se percebeu alterações na expressão de morte espontânea das células cancerígenas. Contudo, as amostras mostraram, significativamente, que nas mulheres submetidas ao exercício físico houve um estímulo imunológico e houve aumento da resposta das células de defesa e também de seu número, como, por exemplo, no casos das células natural killers, responsáveis por também combater as células do câncer. 

Que atividade física desenvolver e qual sua intensidade ainda é uma dúvida. Parece que uma simples caminhada sugere  benefícios relacionados a mortalidade tanto pelo câncer, quanto da morte de uma maneira geral.  Portanto, exercícios intensos podem não ter impacto nos tumores de mama. A pesquisa sugere, ainda, que precisamos equilibrar atividades boas e agradáveis para a paciente com a certeza de que o melhor esteja sendo feito para ela em termos de tratamento. Além disso, que fique claro que este é um período muito estressante e desconfortável para a paciente, repleto de medos, portanto, é interessante haver um outro foco, positivo, para prestarem atenção, enquanto aguardam a cirurgia. 

Mais estudos neste sentido precisam ser realizados para que tenhamos informações cada vez mais claras e relevantes, aumentando nosso arsenal contra o câncer de mama. De qualquer forma, A atividade física auxilia o equilíbrio dos níveis de hormônios, diminui o tempo de trânsito gastrointestinal, fortalece as defesas do corpo e ajuda a manter o peso corporal adequado. Sendo assim, é bastante claro que exercícios físicos são saudáveis e devem ser estimulados, portanto vamos malhar!

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As 13 dúvidas mais frequentes do Outubro Rosa

As 13 dúvidas mais frequentes do Outubro Rosa

 

1- O que é o câncer de mama?

A palavra câncer representa o crescimento desorganizado de determinadas células em nosso corpo. Podem crescer tanto que há chance de invadirem ou se espalharem por outras partes e até causar nossa morte. Quando estas alterações começam nas mamas é o que chamamos câncer de mama.

2-Que fatores podem causar câncer de mama?

Toda mulher nasce com risco de 13% de desenvolver a doença durante sua vida. Portanto o sexo está em primeiro lugar como fator de risco. Basicamente o câncer de mama surge por uma alteração nos genes das células, ou seja, nas informações que controlam as células e definem nossas características. Estas informações podem ser alteradas pela exposição a situações do meio ambiente como irradiação, tabagismo, consumo excessivo de álcool, uso de drogas, ou hábitos de vida não saudáveis como sedentarismo, alimentação irregular e pouco saudável, entre outros. Podem, ainda, trazer informações erradas desde o nascimento, neste caso chamamos de mutações hereditárias ou familiares. As alterações ou mutações hereditárias estão relacionadas com condições familiares ou seja passando de geração em geração dentro da família de 5-30% das vezes, quando se fala sobre câncer de mama.

3-Quais os sintomas do câncer de mama?

O câncer de mama na maioria das vezes passa desapercebido no seu início, sem quaisquer sintomas. Por isso a importância da mamografia que consegue detectar alterações ainda muito pequenas, facilitando o diagnóstico precoce. Conforme há o crescimento da doença ela se manifesta principalmente como um nódulo na mama que pode ou não estar associado a alterações na pele, como mudanças na cor da pele ou mudança na textura da pele ou ainda presença de abaulamentos ou retrações. Algumas vezes, mais raras, pode ocorrer como um quadro de inflamação ou, ainda, como um nódulo apenas na axila. Também deve-se prestar atenção a quaisquer alterações apresentadas pelo bico da mama ou se há secreções saindo por ele, principalmente se o líquido for sanguinolento ou com aspecto de água suja. 

4- Como prevenir?

Na verdade não se pode prevenir o câncer de mama, exceto por atitudes de melhora de nossos hábitos de vida e menor exposição de nosso organismo a condições que poderiam alterar nossas células. Contudo, o diagnóstico precoce pode ser realizado e é um grande aliado. Diagnóstico precoce significa descobrir a doença o mais cedo possível. Desta forma o tratamento tende a ser menos agressivo e mais efetivo. O principal exame a ser feito é a mamografia, pois pode detectar alterações microscópicas no seu início. O ultra-som é um exame complementar, assim como a ressonância e devem ser indicados de maneira oportuna por seu mastologista.

5- Qual profissional deve ser procurado?

Qualquer médico pode ser procurado para um primeiro atendimento. Normalmente as mulheres possuem maior acesso ao ginecologista, quem, ao diagnosticar alterações suspeitas na mama de sua paciente, deve encaminhá-la ao Mastologista. A mastologia aborda as doenças da mama. É uma especialidade jovem da medicina que mostra ser uma área de intersecção entre a ginecologia, radiologia, oncologia e cirurgia plástica.

As mamas são símbolos de feminilidade, maternidade, sexualidade, enfim representam a mulher na sua essência. Contudo, homens também podem apresentar doenças na mama e também podem precisar do mastologista.

De maneira geral, o mastologista, deve ser responsável por acolher as queixas relacionadas aos problemas das mamas e tentar aliviar da melhor forma as aflições apresentadas, que podem variar desde uma simples dor, passar por assimetrias estéticas, esclarecer nódulos, tratar o câncer e reconstruir uma mama.

É seu papel, ainda, tentar esclarecer dúvidas, estimular o diagnóstico precoce, indicar e acompanhar abordagens multidisciplinares, orientar sobre exames diagnósticos e procedimentos cirúrgicos e, claro, tranqüilizar a paciente enquanto se procura a melhor conduta e, depois, segui-la durante a vida.

Se houver qualquer dúvida em relação às mamas, procure um mastologista!

6- É uma doença facilmente tratável?

Sim, quanto mais precoce mais fácil será seu tratamento. Nos dias de hoje devemos individualizar cada caso e tentar fazer o melhor para cada situação. É como jogar uma partida de xadrez e deveremos mover nossas peças para cada partida, conforme os detalhes da doença forem revelados, a fim de dar o xeque-mate na doença. O mastologista será responsável por traduzir o que está acontecendo com cada paciente e guiá-la para o melhor tratamento.

7- O que fazer após o diagnóstico?

Ao receber um diagnóstico de câncer a impressão que se tem é que o mundo acabou. Um filme passa por sua cabeça e com certeza de todos os seus familiares e conhecidos. Com certeza um filme com final ruim! Mas, preste atenção, não deve ser assim! Procure informar-se sobre que profissionais procurar, busque médicos atualizados e competentes, mas que sobre tudo você tenha afinidade e sinta-se a vontade para esclarecer dúvidas e discutir assuntos pessoais ou questionamentos simples. Isto não é um detalhe! Afinal, a equipe que você decidir seguir acompanhará você, provavelmente por um longo tempo e quem sabe por toda a vida. O tratamento do câncer de mama é como subir uma escada com vários degraus. Num primeiro momento aparece que jamais você vais conseguir. Sensação natural, mas equivocada, pois com ajuda correta e os profissionais adequados servindo de corrimão e suporte, em um piscar de olhos, você estará no topo, sorrindo olhando para sua experiência vivida abaixo e dizendo passou, estou bem, cheguei a um final feliz!

8- E como funciona o tratamento?

Hoje o tratamento para o câncer de mama evoluiu muito e compreende uma abordagem multidisciplinar, contudo ainda a cirurgia é primordial no tratamento para o controle local da doença. Ao contrário do que se via no passado, atualmente são realizadas cada vez mais cirurgias conservadoras, sobretudo com o advento das cirurgias chamadas oncoplásticas. Estas permitem uma abordagem oncológica das mamas baseadas em técnicas de cirurgia plástica. Desta forma obtém-se um tratamento oncológico ideal com resultados estéticos satisfatórios, minimizando o prejuízo psicológico do tratamento, através da preservação da imagem corporal  e mantendo a paciente forte e de cabeça erguida para continuar as demais etapas de seu tratamento.

A radioterapia também possui um papel fundamental para controle local da doença. A quimioterapia, hormonoterapia e imunoterapia são as modalidades de tratamento sistêmico, que influenciarão a sobrevida da paciente, devendo ser considerados caso sejam necessários. 

A ordem de realização de cada uma destas modalidades dependerá do momento do diagnóstico e das características de cada tumos e deverá ser muito discutido e esclarecida pelos seus médicos.

Não se deve esquecer que este tratamento deveria envolver um seguimento psicológico, fisioterápico e nutricional.

Caso a paciente tenha sido submetida a uma mastectomia, ou retirada completa da mama, a reconstrução da mama deve ser considerada como parte integral do tratamento, devolvendo não só auto-estima, mas sobretudo qualidade de vida para a paciente.

Um conceito moderno atualmente é o de assistente navegadora que é uma profissional que auxilia o mastologista a acompanhar suas pacientes conduzindo as mesmas pelas várias etapas do tratamento, diminuindo suas angústias e fazendo-a entender todas as fases por que está passando e, assim, permitindo-se ser melhor tratada.

 

 

9- Qual a idade das mulheres mais susceptíveis?

Com o envelhecimento celular, há a perda do poder da correção de eventuais erros genéticos que ocorrem diariamente durante nossa vida. Portanto a partir dos 35 anos ou mais precisamente entre os 40 e 60 anos a chance destas falhas de proteção ocorrerem aumentam e, então, o câncer na mama aparece com mais freqüência. Resumindo, maior é o risco conforme envelhecemos. Também nessa faixa etária o tecido da mama começa a ser transformado em gordura, o que favorece o diagnóstico de alterações pela mamografia. Esta é a razão deste exame ser indicado nesta faixa etária.

10- Se uma paciente tem um familiar com câncer de mama, ela deve ficar mais atenta?

O câncer de mama pode ter sua origem como um erro hereditário de 5 a 10% dos casos, quer dizer, genes com informações imperfeitas e que estimulam o câncer de mama e são transmitidos de pai pra filho como o que ocorre com os genes BRCA 1 e 2. Contudo existem um outro grupo de genes que podem estar relacionadas a alterações familiares que podem ocorrer em 15-25% das vezes. Portanto se uma mulher tiver alguém na família com câncer de mama deve ficar atenta, mas não quer dizer necessariamente que haja uma alteração genética familiar, pode ser um caso esporádico.

Considera-se maior o risco de mutações genéticas, devendo ficar mais atenta caso na sua família haja:

  • casos de câncer de mama ou ovário diagnosticados com idade menor de 50 anos
  • casos de câncer de mama bilateral
  • casos de câncer de mama em homem

Nestes casos seu mastologista provavelmente solicitará o apoio de um geneticista para auxiliar a esclarecer sobre a presença de uma eventual alteração genética.

 

11- O que é mastectomia preventiva ou redutora de risco? Essa prática é indicada? A que grupo se recomenda?

Há alguns poucos anos atrás o mundo assombrou-se com a decisão de Angelina Jolie, famosa atriz americana, optar por retirar ambas as mamas e seus ovários. Ela apresentava forte história familiar, confirmadamente tinha mutação genética dos genes BRCA e encontrava-se traumatizada pelo sofrimento sofrido por sua mãe, quem vira morrer devido o câncer de mama. Quando informado do teste genético positivo a atriz, símbolo sexual, não teve dúvida e optou pelas cirurgias redutoras de risco. Sim! O nome correto é cirurgia redutora de risco e não profilática, pois sempre haverá um risco de a doença surgir, reduzido é claro, mesmo após a cirurgia.

Existem dois grupos de mulheres que podem ser submetidas a esta cirurgia:

  • mulheres com mutação genética ou sabidamente com forte história familiar para o câncer de mama. Este grupo de mulheres tem um risco de desenvolver o câncer de mama em até 40% em 10 anos, com a cirurgia podem chegar a uma redução de risco de até 90%. Este é um grupo que mais se beneficia muita com a mastectomia redutora de risco, principalmente, se mulheres abaixo dos 40 anos. Quanto mais idade a paciente possui, menor o benefício protetor da mastectomia redutora de risco. No Hospital de Câncer de Barretos é feito o teste genético comercialmente a preços muito abaixo do mercado e com muita qualidade. Seu médico saberá o momento de indicá-lo.
  • o segundo grupo que pode eventualmente ser candidato a mastectomia redutora de risco são as mulheres que possuem câncer unilateral e desejam cirurgia para evitar a doença do outro lado. Há uma lenda popular referindo-se às mastectomias da mama oposta como protetoras e isto não é bem verdade!   O risco cumulativo de uma mulher que teve câncer em uma das mamas, ter câncer do outro lado varia de 4-6%. A cirurgia para estes casos será responsável por reduzir o risco para novo câncer daquele lado, porém não muda a sobrevida da paciente, diretamente relacionada ao primeiro câncer. Recomenda-se que para este grupo sejam levadas em conta paciente menores de 50 anos e com a doença manifestando algumas características especiais que poderão ser esclarecidas pelo seu mastologista. Nestes casos especiais o ganho de sobrevida em 5 anos é de 4,8%. Em outras palavras uma grande quantidade de mulheres não se beneficia deste tipo de procedimento!

Se você pertencer ao segundo grupo, sem mutação, porém teve câncer unilateral e deseja, mesmo sabendo que seus benefícios de proteção serão pequenos, deverá dialogar exaustivamente com seu mastologista. Esta cirurgia não é livre de riscos e é irreversível, portanto todos os esclarecimentos possíveis devem ser feitos para que você tome uma decisão correta para sua vida. A paz mental que esta cirurgia pode te proporcionar tem um preço e você precisa estar preparada para vivenciá-lo. 

12- O câncer de mama também afeta o homem? Qual a diferença do câncer nas mulheres?

O câncer de mama também acontece nos homens em 1% das vezes, sendo responsável 0,1% dos cânceres masculinos. Seu comportamento e tratamento é igual ao que usualmente é feito para as mulheres.

13- Qual a importância do outubro rosa?

O outubro rosa é uma iniciativa brilhante que acontece anualmente com o intuito de alertar nossa população para a existência do câncer de mama e sobre seu impacto na vida das mulheres, mas sobretudo visa orientar as pessoas sobre a importância de estarmos atentos a qualquer alteração notada nas mamas e sobre a importância de um diagnóstico precoce, principalmente através das mamografias em mulheres na faixa etária entre os 40 e 69 anos. Também informa a população da presença do médico mastologista para auxiliar a esclarecer quaisquer dúvidas referentes as mamas, além das possibilidades e momento ideal para um tratamento eficiente.

O câncer de mama é curável se diagnosticado no início! Lembre-se mama bonita é mama saudável!

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Posted by Dr. Gustavo Zucca Matthes in Todos
Outubro Rosa, muito mais que um laço.

Outubro Rosa, muito mais que um laço.

Chegou outubro e mais uma vez ele é rosa!

Essa campanha de mobilização iniciada na década de 90 nos Estados Unidos, ganhou o mundo sensibilizando pessoas para o diagnóstico precoce do câncer de mama.

Há muitos anos defendo esta idéia e ministro palestras a respeito. Continuo achando que o diagnóstico precoce é importante, contudo, mais importante ainda, é a qualidade de nosso atendimento! 

De que adiantam imagens perfeitas, se as pacientes continuam enfrentando filas para realizarem cirurgias? 

De que adiantam cirurgias oncoplásticas, se os medicamentos quimioterápicos são de má qualidade ou feitos tardiamente? 

De que adianta a cirurgia conservadora, se as pacientes têm acesso restrito a radioterapia e muitas vezes de má qualidade? 

Para que tantas mamografias, se os profissionais que poderiam ajudar não conversam entre si pra encontrar o melhor tratamento? 

Faltam especialistas, faltam psicólogos, faltam fisioterapeutas, falta reconhecimento, falta diálogo, falta valorização, falta respeito! 

A bandeira do Outubro Rosa é digna, mas precisa atentar que para impactarmos na sobrevida das pacientes com câncer de mama, todas as etapas do tratamento, mais ou menos complexas, precisam ser lembradas!!!

Lute sempre por um tratamento digno. Neste Outubro Rosa procure se conhecer e visite um mastologista, médico especialista em doenças das mamas.

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Como é a radioterapia para as mamas?

Como é a radioterapia para as mamas?

Outro dia no consultório uma paciente dizia:

_ Doutor quero que o senhor me opere e retire as duas mamas! Perguntei a razão daquela decisão e a resposta veio sem pensar:

_ Tenho medo da radioterapia e não quero fazer!

Seria este medo justificado? Vamos tentar entender.

A radioterapia e um tratamento que procura controlar a doença no local onde ela acontece, no nosso caso nas mamas ou proximo delas como a região das axilas e das clavículas ( osso que temos saliente entre o pescoço e os ombros).

A indicação da radioterapia junto da cirurgia conservadora é fundamental para que as taxas de controle local da doença sejam semelhantes as obtidas com a retirada da mama ou mastectomia, ou seja, a radioterapia permite que as mamas possam ser bem tratadas, sem que a mulher perca suas mamas.

O tratamento com radioterapia e muito parecido com um exame de Raio-x. Ambos liberam ume energia, imperceptível aos olhos, capaz de atravessar os tecidos de nosso corpo. No caso do Raio-x ela serve para mostrar algo errado e permitir um diagnóstico em alguma parte do corpo, já na radioterapia a energia é usada para tratamento, por exemplo, destruir células com defeito e que estejam se multiplicando desorganizadamente, em outras palavras, atacar o câncer. 

A radioterapia visa a liberação de uma alta energia chamada ionizante. Ela será devidamente planejada pelos radioterapeutas e físicos médicos com auxilio de aparelhos e cálculos matemáticos para que ela atinja a região do tumor. É absolutamente indolor. Exige apenas que a paciente fique em uma posição parada, sempre igual, e para isto há moldes que são feitos para que ela repita sua posição em cada dia do tratamento. Geralmente, cada sessão de radioterapia leva em torno de 15 minutos por dia, e todo o tratamento pode durar até 32 dias. 

Existem diferentes modalidades de radioterapia e cabe a equipe médica discutir a melhor opção para cada caso. Com o avanço da tecnologia, seu planejamento é cada vez mais preciso diminuindo seus efeitos colaterais. Antigamente era comum ouvir que tratamentos radioterápicos causavam “queimaduras”. Hoje estas sequelas são cada vez mais raras e praticamente a pele da área irradiada, quando muito, parece ter sofrido os efeitos de um banho de sol. O uso da radioterapia pode implicar em maiores complicações nas cirurgias reconstrutoras, principalmente com o uso de implantes, contudo a reação é individual e só saberemos se ela irá acontecer após o tratamento terminado. Não há previsão! Tenha em mente que o importante é usar todas as armas para lhe assegurar um bom tratamento. Orientações e cremes são sugeridos para minimizar qualquer efeito desagradável.

O importante é entender que, hoje em dia, temos excelentes armas no arsenal do tratamento do câncer de mama e a radioterapia é uma delas. Portanto, não tenha medo, a radioterapia é uma grande aliada! 

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Mastectomia Bilateral

Mastectomia Bilateral

No últimos anos tem sido frequente a solicitação de retirada das mamas bilaterais por pacientes que estão com diagnóstico de câncer. Vamos entender isto melhor.

A retirada da mama ou mastectomia não é uma cirurgia sem efeitos colaterais, principalmente psicológicos já que atinge diretamente a imagem corporal da mulher. Imagine quando é feita nas duas mamas!

Geralmente o pedido da paciente está relacionado ao medo da mesma em correr o risco, de após tratada, a doença retornar na mesma mama ou do outro lado. São pessoas que normalmente possuem experiências negativas com amigos ou familiares. Também podem ter um medo abusivo do câncer, a chamada cancerofobia.

É fundamental entender que apesar de ser uma cirurgia extensa e com grande potencial de tratamento e controle da doença localmente, estima-se que, por mais radical que seja, restará sempre um percentual de até 10% de tecido mamário no local da cirurgia. O que isto quer dizer? Mesmo realizando uma mastectomia a paciente possui um risco da doença voltar. Isto dependerá das características biológicas do seu tumor e não da opção cirúrgica!

Pacientes que tem o diagnóstico de câncer de mama em um dos lados, não se beneficiam da mastectomia bilateral como proteção, pois os riscos estimados de apresentarem doença na mama oposta, sem que tenham teste genético positivo, seria em torno de 3 a 4% em 10 anos. Diferente de pacientes com alterações genéticas, estas se beneficiam da cirurgia, chamada redutora de risco, pois possuem chance da doença oposta em até 50% em 10 anos.

Lembro que os casos de câncer de mama hereditários, ou seja com alterações genéticas, passando de pais para filhos, ocorre em apenas 5 a 10% da população geral.

O efeito Jolie refere-se a atriz de cinema americana, Angelia Jolie, que optou por cirurgias redutoras e removeu as duas mamas, pois apresentava teste positivo e alto risco relacionado a sua história familiar. Não se pode generalizar tal situação para um paciente sem mutação.

Além disso, mesmo que uma reconstrução mamária de sucesso e bom resultado ocorra, as novas mamas poderão adquirir um aspecto artificial, com grandes chances de serem insensíveis ao toque, podendo implicar em distúrbios sexuais. Além disso, existe uma exposição intensa a complicações que variam desde resultados estéticos escassos a dores intensas. Também vale lembrar que estas pacientes ficariam incapacitadas de amamentar.

Ressalto, ainda, que os tratamentos conservadores de mama, associados a radioterapia são seguros e equivalentes as mastectomias no controle local do câncer de mama. Com as técnicas de cirurgia oncoplástica, sem a necessidade de retirada das mamas, a paciente e seu cirurgião podem discutir sobre algumas possibilidades que podem incluir, até mesmo, a abordagem da outra mama, visando uma simetria corporal natural, favorecendo a paciente.  

Nesta hora é melhor coisa a fazer é esfriar a cabeça, raciocinar e discutir as possibilidades com seu mastologista. O tratamento do câncer de mama deve ser sempre individualizado!

Lembre-se mama bonita é mama saudável!

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O que são micro-calcificações na mama?

O que são micro-calcificações na mama?

É muito comum pacientes ligarem no consultório, pois no seu exame de mamografia se constatou micro-calcificações. Vamos entender o que significam.

Ao logo da vida nos tecidos de nosso corpo, naturalmente, são depositados cristais de cálcio. Nas mamas não seria diferente. Na grande maioria das vezes estes cristais não significam nada e são decorrentes a situações fisiológicas de nosso organismo. Para que se possa entender melhor seu papel elas foram classificadas dentro de um sistema para alterações mamárias, chamado BIRADS. Uma espécie de código que favorece a comunicação entre médicos sobre o que está acontecendo com determinado paciente, guiando a conduta necessária para cada caso.

Podem estar relacionadas a infecções ou inflamações mamárias prévias, como, por exemplo, nas mastites que podem ocorrer durante a amamentação. Nestes casos o laudo da mamografia geralmente é classificado com nota 1 ou 2 (BIRADS).

As micro-calcificações também podem representar o câncer de mama, sobretudo, no seu início. Como elas são detectadas quase que exclusivamente pela mamografia, isto justifica a importância deste exame para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Neste caso, pode ser dada uma nota 4 ou 5 e indica a necessidade de biópsia para que se esclareça corretamente o que está acontecendo e se planeje um tratamento adequado. 

Pode acontecer de ser dada nota 3. Então, a paciente vai ser convidada a fazer um seguimento, repetindo a mamografia a cada 6 meses por até 3 anos. Este período é importante, pois caso as micro-calcificações mudem seu aspecto e mostrem características que levam ao aumento de sua nota, será importante a biópsia de esclarecimento. Caso permaneça inalterada, a nota é rebaixada para padrões de normalidade.

Existe ainda a nota zero, quando não houve uma conclusão com a mamografia habitual e se faz necessário a solicitação de exames complementares. No caso das micro-calcificações sugere-se um exame chamado magnificação, equivalente a repetir a mamografia com uma lente de aumento para que se examine os cristais com detalhes.

Apesar de estarem relacionadas com o câncer inicial, as micro-calcificações podem ter grandes extensões e exigirem tratamentos diferentes e até radicais. 

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O que é mamografia?

O que é mamografia?

Difícil o dia que eu não escute alguém reclamar de uma mamografia ou que deverá fazer uma. Vamos entender por que?

A mamógrafo é, grosseiramente falando, um aparelho de Rx que visa fazer exames das mamas, as famosas mamografias, com o intuito de localizar lesões que sejam o início do câncer de mama. O problema é que para fazer isto,  faz-se necessário comprimir a mama para que o Rx a atravesse de forma homogênea, sem causar distorções na imagem e dificulte a sua interpretação.

Ao comprimir a mama o mamógrafo pode causar desconforto e até dor, justificando a fama ruim e o medo da realização da mamografia para algumas pessoas.

Este exame é fundamental para localizar e identificar lesões nas mamas, além de guiar biópsias e cirurgias. É o principal e único exame a ser usado para rastrear e tentar localizar precocemente o câncer de mama. Demais exames como ultrassom e ressonância também podem ser utilizados, mas de forma complementar, ficando a critério médico suas indicações.

Atualmente muitas inovações tem sido sugeridas para beneficiar as mulheres na realização das mamografias. Desde salas inteligentes que permitem uma experiência individual, distraindo as pacientes com sons, imagens e cheiros, até o aquecimento do aparelho ou espumas para que durante a compressão o desconforto seja o menor possível.

A evolução permite ainda a realização de mamografia 3D que parece aumentar a chance de que lesões sejam melhor encontradas, a associação de contrastes que elucidam a extensão de lesões e cada vez mais os aparelhos encontram-se mais precisos e com imagens mais nítidas, facilitando a investigação por olhos bem treinados. 

Infelizmente apesar dos avanços a compressão das mamas, ainda, é fundamental e necessária. Para reduzir os desconfortos busque agendar os exames longe dos períodos menstruais, quando as mamas estão supostamente menos sensíveis. Esperamos que um dia as mamografias possam ser deixadas de lado por exames menos desconfortáveis e, ainda, mais eficientes.

Os resultados das mamografias podem usar uma classificação conhecida como BIRADS, uma especie de linguagem que permite uma comunicação entre os medicos. Seria basicamente traduzida assim na linguagem Birads ou Categorias:

– 0: a mamografia não foi esclarecedora e mais algum exame complementar precisaria ser feito

– 1: achados normais

– 2: achados benignos ou seja achou-se algo mais , porem sem preocupações

– 3: achados potencialmente benignos, chances de 97% de estar tudo normal, sugere-se seguimento semestral por ate 36 meses

– 4: achados suspeitos, sugere-se uma biopsia para que uma amostra de tecido da mama seja melhor examinada

– 5: achados potencialmente malignos, grande chance de necessitar de um tratamento especifico, também sugere uma biopsia que confirme o diagnostico 

– 6: quando um exame e feito após uma biopsia que ja confirmou um problema.

A propósito, a mamografia é importante, mas mais ainda são os cuidados que você deve ter consigo mesmo como manter bons hábitos, tais quais, ter dietas saudáveis, prática de atividade física regular, evitar excessos de álcool, manter o peso e sobretudo se respeitar e buscar conviver bem, ser feliz.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como mastologista em Ribeirão Preto!

    

Posted by Dr. Gustavo Zucca Matthes in Todos